Terça, 07 Mai 2019 05:35

Firmes na Brecha (texto completo)

FIRMES NA BRECHA

Uma Exortação Apostólica para Homens Católicos, meus Filhos Espirituais na Diocese de Phoenix

 

Thomas J. Olmsted

Bispo de Phoenix

 

“Busquei entre eles um homem capaz de construir um muro e capaz de pôr-se na brecha diante de mim em prol da nação…” 

Ezequiel 22:30

 

Uma chamada para a Batalha

 

Inicio esta carta com uma chamada forte e clara para vocês, meus filhos e irmãos em Cristo: homens católicos, não hesitem em entrar na batalha que se trava em torno de vocês, a batalha que está ferindo nossas crianças e famílias, a batalha que está distorcendo a dignidade de homens e mulheres. Esta batalha é muitas vezes oculta, mas a batalha é real. Esta batalha é principalmente espiritual, mas está progressivamente matando o que resta do caráter cristão de nossa sociedade e cultura e, até mesmo, dos nossos próprios lares.

 

O mundo está sob o ataque de Satanás, como previsto pelo Senhor (1 Pedro 5: 8-14). Esta batalha acontece na própria Igreja; e a devastação é muito evidente. Desde o ano 2000, 14 milhões de católicos deixaram a fé, a educação religiosa para crianças nas paróquias teve uma queda de 24%, a frequência nas escolas católicas caiu 19%, o batismo de crianças diminuiu em 28%, o batismo de adultos 31%, e os casamentos sacramentais católicos tiveram queda de 41%.[1] Esta é uma brecha muito grave, um buraco nas linhas de frente de Cristo. Embora a Diocese de Phoenix esteja muito melhor do que as estatísticas nacionais, as perdas são assombrosas.

 

Uma das principais razões por que a igreja está titubeando sob os ataques de Satanás é que muitos homens católicos não estão dispostos a “permanecer firmes na brecha” — preenchendo esse espaço aberto e vulnerável a ataques. Um grande número deixou a fé e muitos dos que ainda são “católicos” praticam a fé com timidez e são só minimamente comprometidos a transmitir a fé aos seus filhos.[2] Pesquisas recentes revelam que um grande número de jovens homens católicos está deixando a fé para se tornar “indiferentes”, homens que não têm nenhuma afiliação religiosa. As crescentes perdas de homens católicos jovens terão um impacto devastador sobre a Igreja nos EUA nas próximas décadas, na medida que homens velhos morrem e os homens jovens não permaneçam nem se casem na Igreja, acelerando assim as perdas que já ocorreram.

 

Estes dados são devastadores; porque a medida que nossos pais, irmãos, tios, filhos e amigos se afastam da Igreja, caem mais profundamente no pecado, rompendo seus laços com Deus e tornando-se homens vulneráveis ao fogo do inferno. Embora saibamos que Cristo acolhe todo pecador arrependido, a verdade é que muitos homens católicos estão fracassando no cumprimento das promessas que fizeram no batismo de seus filhos - promessas de conduzi-los a Cristo e criá-los na fé da Igreja.

 

Esta crise se faz evidente no desânimo e na desconexão de homens católicos como vocês e eu. Na verdade, é precisamente por isso que considero necessária esta exortação, e até mesmo a razão da minha esperança. Porque Deus sempre supera o mal com o bem. A alegria do Evangelho é mais forte do que a tristeza trazida pelo pecado. Uma cultura de descarte não pode resistir à luz e vida nova que constantemente irradia de Cristo. Por isso, eu os chamo para que abram suas mentes e corações a Ele, o Salvador que os fortalece para permanecer firmes na brecha!

 

O objetivo da presente Exortação

 

Ofereço esta exortação como um alento, um desafio e um chamado à missão para cada homem disposto na diocese de Phoenix: sacerdotes e diáconos, pais e filhos, avôs e viúvos, homens jovens em preparação para sua vocação – isto é, todo e qualquer homem. Com esta exortação, quero deixar claro para vocês a natureza desta missão de Cristo e, para isso, dependerei da orientação clara das Sagradas Escrituras, do Magistério da Igreja, e do exemplo dos santos.

 

Três questões principais que desejo responder nessa exortação:

1.           O que significa ser um homem cristão?

2.           Como ama um homem católico?

3.           Por que a paternidade, bem entendida, é tão crucial para todo homem?

 

Antes de abordar estas questões principais, é importante colocá-los em contexto. Na próxima seção, explicarei três contextos importantes que nos ajudarão a entender as questões principais.

 

Contexto # 1:

Um Novo Momento Apostólico – A “Nova Evangelização”

Em primeiro lugar, um novo momento apostólico acontece entre nós neste preciso momento na história da Igreja. O Espírito Santo está trazendo o que os recentes Papas têm chamado de “Nova Evangelização”. Por evangelização nos referimos em compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo por todos os meios disponíveis, tais como a pregação, o ensino, o testemunho fecundo e fiel da vida familiar, o celibato vivido pela causa do Reino de Deus, os meios de comunicação e outras artes postas ao serviço do Evangelho. O que há de novo? A novidade no nosso tempo é essa: estamos no Ocidente, em meio a culturas em competição, particularmente em cidades e bairros onde o Evangelho antes permeava profundamente. A Grande Missão de Jesus Cristo (Mateus 28: 16-20) de ir pelo mundo para compartilhar a Boa Nova já aconteceu onde vivemos! Esta impregnação do Evangelho na cultura ocidental foi tão profunda que se converteu em parte de sua fundação e, de certa forma, ainda hoje permanece. Isto é evidente em ideias contemporâneas sobre a vida que provém diretamente do alicerce Greco-romano e Judaico-cristão, como nosso conceito de “justiça”, “igualdade”, “virtude”, “dignidade humana”, “compaixão”, “governo representativo”, “a Regra de Ouro”, os “Dez Mandamentos “, o “hospital”, a “universidade” e outros desenvolvimentos claramente positivos na história da civilização. Tudo isto é o nosso patrimônio e o legado de nossos antepassados espirituais. Encontramo-nos sobre este fundamento, cheio de bênçãos porque o Evangelho foi ensinado aqui, recebido em fé e posto em prática!

 

No entanto, há cupins trabalhando nesta fundação. Aqui neste deserto urbanizado que é o Arizona, conhecemos bem os cupins. Os construtores sabem que nenhuma casa construída neste clima está completamente imune a esses insetos famintos subterrâneos. Da mesma forma, nenhuma cultura - por mais profundas que sejam as suas raízes cristãs - é imune à corrupção de meias-verdades e o pecado camuflado. Todavia existem muitos frutos de nossa herança cristã, mas as raízes abaixo do solo estão sob ataque. Grande parte da nossa cultura ainda é boa e deve ser preservada, mas seria ingênuo ignorar as tendências crescentes que ameaçam o bem que ainda existe, e que poderiam desperdiçar esse patrimônio com que somos abençoados. A resposta e única solução é a Nova Evangelização. O Papa João Paulo II, com quem tive a benção de trabalhar por 9 anos, que tem inspirado muitos homens, escreveu “Não há solução para a questão social fora do Evangelho”.[3] Na presente exortação, terei muito prazer em fazer minhas suas palavras: não há solução para o nosso declínio cultural fora do Evangelho de Jesus!

 

Isto é assustador, talvez, mas certamente uma Aventura. No livro de Apocalipse, Jesus diz: “Eu faço novas todas as coisas”(21: 5) - todas as coisas velhas e cansadas, pecaminosas e quebradas são renovadas na sua Encarnação, morte e Ressurreição. Isso pode ser verdade? A resposta é um sonoro “Sim!”. Um verdadeiro homem católico passa toda a sua vida com base nesta proposição - de que tudo se faz novo em Jesus Cristo. Nosso Senhor prometeu que está e estará conosco. E assim, homens católicos ao longo dos séculos têm respondido ao antigo e sempre novo chamado para entrar na batalha. Confio que vocês também responderão mantendo-se firmes na brecha de nosso tempo. Tenham confiança. Sejam ousados! Adiante, firmes na brecha!

 

Contexto # 2:

Um Hospital de Campanha e Escola de Combate

Em sua homilia, o Papa Francisco descreveu a Igreja de hoje como “um hospital de campanha depois de uma batalha”, em outras palavras, uma fonte constante de misericórdia para resistir e curar as feridas que todos nós trazemos; fonte constante de verdade para curar o homem e prepará-lo para lutar as batalhas diárias por Cristo. A Igreja já está procurando, mas ela precisa redobrar os seus esforços para encontrar, aqui em Phoenix e em todos os lugares, a maneira como curar a nós mesmos e os meios para cuidar outras pessoas que, como nós, levam o sinal da Queda de maneira debilitante — sejam feridas físicas ou espirituais (problemas de vício em pornografia, drogas, álcool ou alimentos; ou a crescente ferida dos casamentos desfeitos, pais ausentes, ou uma vida familiar problemática). Nossos tempos pedem a renovação da sagacidade da Igreja, dada a ela pelo Espírito Santo, para curar física e espiritualmente. Como diz o Papa Francisco, os feridos estão ao nosso redor, “é inútil perguntar a um ferido se ele tem níveis elevados de colesterol ou açúcar no sangue! Há que se curar as feridas”.[4] Ao mesmo tempo, a proclamação da verdade em sua totalidade encontrada na Igreja Católica é essencial. Isso leva a vocês, homens, a viver vidas em que o pecado não cause feridas apodrecidas. Pela misericórdia e pela verdade de Cristo, somos curados e revitalizados para a batalha. Na misericórdia e verdade de Cristo, nos tornamos fortes na força de Cristo, valentes com sua coragem, e podemos experimentar a alegria do combate (joie de guerre) de ser soldados de Cristo.

 

Sendo assim, outra imagem complementar a do Hospital de Campanha é adequada para hoje: Escola de Combate Espiritual. A Igreja é, e sempre foi, a escola que nos prepara para o combate espiritual. Nós, cristãos, somos chamados a “combater o bom combate da fé” (1 Timóteo 6), a nos vestirmos “com a armadura de Deus, que pode resistir às ciladas do demônio” (Efésios 6, 11).

 

Desde que Jesus escolheu Doze Apóstolos, Ele os formou em Sua presença e os enviou em Seu Nome, Ele tem continuado, através da Sua Igreja, escolhendo e formando homens para enviá-los a curar os feridos. Esse é o significado da palavra Apóstolo — homens enviados. Com esta carta, então, meus filhos e meus irmãos, peço-lhes que ouçam o chamado de Jesus e permitam que Ele forme suas mentes e corações com a luz do Evangelho, com o propósito de serem enviados. Portanto, esta carta é uma exortação apostólica; através dela os exorto a fazer o trabalho de soldados de Cristo no mundo de hoje.

 

Contexto # 3:

O homem e a mulher são pessoas complementares, e não concorrentes

A complementaridade da masculinidade e feminilidade é a chave de como os seres humanos são a imagem de Deus. Sem saber ou entender isso, não podemos conhecer a nós mesmos e a nossa missão como homens, tampouco as mulheres podem abraçar a sua verdadeira vocação confiantes no amor do Pai.

 

O homem e a mulher são certamente diferentes. Cada vez mais a ciência aprofunda a sua compreensão dessa diferença. Até muito recentemente, não entendíamos muito sobre a complexidade dos hormônios, reações químicas e as diferenças cerebrais presentes em meninos e meninas, homens e mulheres, todos em resposta à presença de XX ou XY como uma combinação dos cromossomos presentes durante a concepção. Por exemplo, o número muito maior de corpo caloso (as fibras nervosas conectivas entre os dois lados do cérebro) na mulher é uma descoberta fascinante; assim como é a maneira como o cérebro do homem é geralmente mais segmentado em suas funções. Estudos mostram que bebês meninas, em média, observam o rosto de um adulto em silêncio pelo dobro de tempo que os bebês meninos, que estão mais interessados no desenho físico que Deus deu à pessoa.

 

Esta diferença é também um desafio, porque o mal-entendido pode se infiltrar e o pecado pode levar-nos a perder o respeito mútuo, roubando-nos a esperança de uma colaboração pacífica e frutífera entre homens e mulheres. Mas esta luta dos sexos não é resultado da criação de Deus; é o resultado do pecado. O Papa Francisco o explica da seguinte maneira:

 

Homem e mulher são a imagem e semelhança de Deus. Isto nos diz que não só o homem tomou a imagem de Deus, não só a mulher tomou a imagem de Deus, mas também homem e mulher, como casal, são imagem de Deus. A diferença entre homem e mulher não existe para oposição, ou para subordinação, mas, sim, para comunhão e procriação, sempre à imagem e semelhança de Deus.

 

Paralelamente a esta luta, o rápido avanço da “ideologia de gênero” infectou as sociedades em todo o mundo. Esta ideologia visa abandonar a diferença sexual criada por Deus, remover o masculino e feminino como a maneira normativa de compreender a pessoa humana, acrescentando no seu lugar outras “categorias” de sexualidade. Esta ideologia é destrutiva para qualquer indivíduo e para a sociedade e é uma mentira. É prejudicial para os seres humanos e, portanto, um conceito falso que devemos combater como cristãos. Ao mesmo tempo, porém, somos chamados a mostrar compaixão e oferecer ajuda para aqueles que experimentam confusão sobre sua identidade sexual. Esta confusão não é inesperado, quando o veneno do secularismo atingiu níveis tão críticos, porque “pelo esquecimento de Deus a própria criatura desfalece obscurecida”.[7]

 

O impacto negativo dessa “ideologia de gênero” em cada indivíduo e na sociedade foi amplamente mencionado este ano pelo Papa Francisco:

 

“Pergunto-me se a chamada teoria de gênero não é também expressão de uma frustração e resignação, que visa cancelar a diferença sexual porque já não sabe confrontar-se com ela. Sim, corremos o risco de dar um passo atrás. Com efeito, a remoção da diferença é o problema, não a solução. Ao contrário, para resolver as suas problemáticas de relação, o homem e a mulher devem falar mais entre si, ouvir-se e conhecer-se mais, amar-se mais. Devem tratar-se com respeito e cooperar com amizade. “ [8]

 

Assim como o Papa Francisco nos lembra que devemos “amar-nos uns aos outros”, eu os exorto, meus filhos e irmãos em Jesus Cristo, a abraçar mais profundamente a beleza e a riqueza da diferença sexual e a defendê-la contra as falsas ideologias.

 

Agora que estabelecemos o contexto no qual devemos compreender as questões levantadas por esta exortação,

 

Responderei agora às perguntas supracitadas. 

 

Primeira pergunta: O que significa ser um homem católico?

 

Ecce Homo — Eis o Homem

 

Todo homem, e especialmente hoje, deve chegar a uma aceitação e compreensão madura do que significa ser um homem. Isto pode parecer óbvio, mas em nosso mundo há muitas imagens distorcidas e evidências de confusão sobre o que é a verdade masculinidade. Nós podemos dizer com certeza que, pela primeira vez na história, as pessoas estão tão confusas ou tão arrogantes que agora tentam determinar a sua própria masculinidade ou feminilidade de acordo com suas próprias definições.

 

Num momento marcante do julgamento de Jesus, Pôncio Pilatos, com todo o seu poder mundano, apresentou Jesus ao povo com as palavras “Eis o homem!” (“Ecce homo” em latim). Ele pensava que só apresentava um homem de Nazaré, sem saber reconhecer que apresentava Deus feito homem, o Verbo encarnado, Jesus de Nazaré, que é totalmente Deus e totalmente homem, e a perfeição da masculinidade. Cada momento de sua vida na terra é uma revelação do mistério do que significa ser homem — isto é, ser plenamente humano e, ao mesmo tempo, o modelo da masculinidade. Somente em Jesus Cristo podemos encontrar a maior demonstração da virtude e força masculina de que precisamos em nossas vidas pessoais e na própria sociedade. O que era visível em sua vida terrena conduz ao mistério invisível de sua filiação divina e de sua missão redentora. O Pai enviou seu Filho para revelar-nos o que significa ser um homem; e a totalidade dessa revelação nasce da Cruz. Disse que foi por essa razão que Ele veio ao mundo e que esse era o Seu maior desejo — entregar-se a Si mesmo por completo”. [9] Aqui reside a masculinidade em sua totalidade; cada homem católico deve estar preparado para entregar-se completamente, manter-se firme na brecha, entrar em combate espiritual, defender as mulheres, as crianças e demais contra as adversidades e as ciladas do demônio.

 

Ver o que o mundo nos apresenta como “masculino” é de fato ver as sombras, até mesmo a imitações baratas, do que é masculinidade. Nenhum atleta, não importa quantos troféus; nenhum líder político, não importa quanto poder tenha temporalmente; nenhum artista, homem de negócios ou celebridade, não importa o quanto seja adorado; nenhum atributo físico, massa muscular, inteligência ou talento, prêmios ou conquistas podem dar masculinidade a um homem. A idolatria de celebridades é uma tentação muito particular dos nossos tempos — mas construir a nossa identidade masculina nesses modelos fugazes é construir sobre a areia. Meus filhos e irmãos católicos, só podemos construir uma base sólida para a nossa masculinidade sobre a rocha, Jesus Cristo. Vemos Jesus Cristo como a expressão da masculinidade, para sermos transformados n’Ele, para sermos os homens que somos chamados a ser, e para deixar que outros O vejam em nós.

 

Mas não só buscamos olhar para Jesus. Nós verdadeiramente O encontramos na Missa quando recebemos o dom do próprio Jesus na Eucaristia. Por essa razão, conclamo meus irmãos sacerdotes para despertar esse significado transcendental nos corações dos homens por meio de uma liturgia bela e com reverência; e assim ajudar aos homens a descobrir Jesus na Eucaristia a cada domingo. Ensinar os fiéis sobre a poderosa verdade da liturgia, de maneira que os homens possam se relacionar a ela e compreendê-la. Ajudar os homens a entender a plenitude e o poder da missa deve ser sua maior prioridade. Que alegria para os homens de Deus quando eles são liderados por padres com o sentido seguro de sua própria masculinidade, seu chamado a partilhar do amor de Cristo como esposo, e sua paternidade generosa e vivificante!

 

Os Santos, os nossos Heróis na Fé

 

Isto é o que os nossos pais, os santos, têm feito há dois milênios. Assim como o Evangelho revela a realidade da masculinidade, podemos também encontrá-la vivida no testemunho heroico dos santos.

 

Os santos são como a continuação dos Evangelhos pois nos dão exemplos de vários caminhos da santidade. E, assim como Jesus demonstrou a perfeição da masculinidade, podemos encontrá-la vivida nos santos que foram guiados por Cristo. Da mesma forma que um jogador de beisebol é inspirado pelo Salão da Fama de Beisebol, nós homens católicos olhamos aqueles que caminharam antes de nós como uma inspiração e encorajamento para combater o bom combate.

 

Pense em todas as habilidades e talentos dos jogadores de beisebol. Um jovem pode sonhar em rebater como Babe Ruth, pegar e lançar como Willie Mays, ter a agilidade de Henry Aaron, a consistência e o trabalho árduo de Lou Gehrig e Jackie Robinson. Os lançadores jovens sonhariam lançar como Cy Young e Randy Johnson. E ao ver esses jogadores jogar de diferentes formas, eles são inspirados a amar o beisebol.

 

Porém, os homens católicos buscam muito mais do que um jogo. Vemos os santos como heróis, lutando por viver como Cristo, unidos a Ele e aprendendo com Ele ao mesmo tempo De uma forma dramática com a qual podemos nos identificar, a vida de um santo diz: “Eis o Homem”. Isto é o que São Paulo deu a entender, ao dizer: “Eu já não vivo, mas é Cristo quem vive em mim” (Gálatas 2:20).

 

Todo homem deveria decidir-se a ter um santo padroeiro. Apesar de existirem muitos outros, aqui lhes apresento o nome de dez santos com os quais cada homem católico deveria familiarizar-se. Entre parêntesis, ao lado do nome de cada santo, está a virtude com a qual ele está associado, assim como o pecado que se opõe àquela virtude. Ao identificarmos o nosso pecado e a virtude que necessitamos, identificaremos a intercessão de qual santo precisamos de maneira especial:

 

1.           São José (Confiança em Deus — Egoísmo)

2.           São João Batista (Humildade — Arrogância)

3.           São Paulo (Adesão à Verdade — Mediocridade)

4.           São Miguel Arcanjo (Obediência a Deus — Libertinagem e Rebelião)

5.           São Bento (Oração e Devoção a Deus — Preguiça)

6.           São Francisco de Assis (Felicidade — Moralismo)

7.           Santo Tomás Moro (Integridade — Displicência)

8.           Beato Pier Giorgio Frassati (Castidade — Luxúria)

9.           São Josemaría Escrivá (Audácia — Temor Mundano)

10.         São João Paulo II (Defesa dos fracos — Passividade)

 

Nem sequer precisamos buscar no passado distante para encontrar heróis da fé. Nós todos vimos João Paulo II perdoar o homem que tentou mata-lo e, depois de recuperar sua saúde, continuar incansavelmente o seu apelo ao mundo para “abrir amplamente as portas para Cristo”.[10] Uma e outra vez nos exortou dizendo: “Não tenham medo”. Ainda hoje em regiões onde há graves perseguições, temos visto corajosas testemunhas da verdade nos últimos mártires na Síria, Nigéria, Iraque e outros lugares devastados pela guerra. Apenas no inverno passado vinte irmãos coptas foram decapitados em uma praia no Egito, como disse o Papa Francisco “pelo simples fato de serem cristãos”.[11]

 

Homens, nunca devemos pensar que a santidade e a coragem são coisas do passado! Vocês e eu somos chamados à santidade que Cristo mostra ao mundo como nossos pais o fizeram inúmeras vezes ao longo da história, seguindo a inspiração do Espírito Santo. Na verdade, neste momento de crescente audácia do demônio, todo homem deve estar preparado para nada menos do que o martírio, de qualquer maneira que ele se apresente, e semear em seus filhos e netos a vontade de fazer o mesmo.

 

O Senhor não continuará inspirando os homens? É claro que sim! Ele continua a fazê-lo! Nossa preocupação não é se o Senhor nos dará as forças necessárias, mas como Ele o faz neste exato momento. Como o Espírito nos move a levantar-nos e nos recusarmos a ser passivos em uma cultura sem pais? Como é que agora nos inspira uma força interior em uma cultura pornográfica? Como nos irá inspirar a buscar mais além de nós mesmos e nossa tecnologia para as periferias onde precisam de Cristo? Como inspira-nos o Senhor a vocês e a mim, agora mesmo, para pôr de lado nossa preocupação com o conforto e servirmos o próximo, mantendo-nos firmes na brecha?

 

Convido-lhe fortemente a se familiarizar com as vidas dos santos. Assim como um jovem jogador de beisebol perderia muito sem haver estudado os grandes do Salão da Fama, nós também nos perdemos muito permanecendo ignorantes sobre a vida dos santos que nos precederam para o infinitamente mais glorioso Salão dos Céus.

 

A identidade do homem católico

 

Agora eu gostaria de falar sobre nossa identidade em Cristo. A maioria dos homens santos que mencionei viveu em tempos bem diferentes dos nossos. Eles tinham diferentes desafios e chamados. Mas todos eles tinham algo em comum: Jesus Cristo, Aquele que lhes deu sua verdadeira identidade! Aqui lembramos a sabedoria exposta no Concílio Vaticano II: “Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe descobre a sublimidade de sua vocação”.[12]

 

Sutilmente, somos tentados a olhar para longe em busca de nossa identidade. As opiniões dos outros, nossas carreiras, posses, brinquedos, esportes, passatempos, roupas, tatuagens, casas e carros - são todas as formas com as quais somos tentados a nos identificar fora de Cristo. Mas, embora algumas dessas coisas sejam parte da vida até certo ponto, elas não constituem o centro do nosso ser. Depois de termos sido comprados com o sangue do Cordeiro, “a nossa cidadania está nos Céus” (Filipenses 3:20). “Na vida e na morte, pertencemos ao Senhor” (Romanos 14: 8). O mundo não pode dar-nos a nossa verdadeira identidade. É preciso estarmos atentos para não sermos distraídos com falsas identidades e permanecermos firmes em Jesus Cristo.

 

Simplificando, a nossa identidade está inserida à identidade do Filho eterno de Deus, é recebida em nosso batismo como foi claramente proclamada no Seu batismo no rio Jordão: “Tu és meu Filho muito amado, em quem pus minha predileção” (Marcos 1:11). Falando de conversão, falamos em aceitar nosso crescimento para essa identidade. Quando falamos de pecado, falamos sobre tudo o que nos afasta de nossa identidade como filhos queridos do Pai. Uma vez que esta é a nossa identidade, tornarmo-nos Filhos de Deus Pai, deveríamos nos surpreender pelo fato de que o diabo está travando uma batalha contra a masculinidade e a paternidade hoje? O processo de conversão cristã inclui conhecer o amor de Deus, experimentar fraternidade com Cristo quem aprofunda a nossa identidade como filhos do Pai no Espírito Santo. Esta é a nossa meta de vida e nossa batalha espiritual.

 

Filhos amados e livres, chamados a uma batalha interior

 

Olhemos para São João Apóstolo, o discípulo amado, para entender esta batalha. Na sua Primeira Carta à Igreja, São João fala da tríplice tentação que todos nós enfrentamos: tentações à paixão da carne, cobiça e ostentação de riqueza (1 João 2: 16-17). Não estão todos os pecados ligados a estes três? João identifica as batalhas que todos nós devemos lutar dentro de nós. Na verdade, Cristo combate especificamente contra estas tentações durante seu encontro com Satanás no deserto (Mateus 4) e, em seguida, instrui-nos em seu Sermão da Montanha (Mateus 6) sobre como lutar contra elas.

 

Contra as paixões da carne, Jesus rejeita a oferta de pão feita por Satanás; e no Sermão da Montanha duas vezes nos instrui a jejuar (Mateus 6:16). Note-se que o Senhor não diz “se jejuardes” mas “quando jejuardes”. O jejum é um treinamento de autoconhecimento; é uma arma fundamental para o autodomínio. Se nós não temos domínio sobre nossas próprias paixões, especialmente sobre a comida e o sexo, não podemos possuir-nos a nós mesmos, muito menos colocar os interesses dos outros antes do nosso próprio.

 

Ao tentar Jesus com a cobiça, Satanás lhe ofereceu “todos os reinos do mundo e a glória deles”. Jesus os rejeitou no deserto. Ele nos chama para libertar-nos da tentação de ganhar o mundo à custa da nossa alma. Aqui vemos um Satanás que nos tenta não por meio de pessoas, mas por objetos (um carro, uma casa, ou a mais recente tecnologia, etc.). Não faltam negócios ou indústrias que nos tentam a buscar a felicidade através de posses. Mas lembrem-se de como o “jovem rico” se afastou “triste” de seu encontro com Jesus, porque “ele tinha grandes posses” (Lucas 18:23). Diz o Papa Francisco: “Quanto mais vazio está o coração da pessoa, mais ela necessita de objetos para comprar, possuir e consumir”[13] Com Jesus, somos chamados a procurar, não a “aceitar”, uma vida simples que em verdade nos liberta para a nossa missão em Cristo.

 

Finalmente, no terceiro ataque de Satanás, Jesus foi tentado ao pecado de orgulho. Satanás lhe ofereceu usar Seu poder para fins egoístas; mas Jesus rejeitou essa glória sem cruz e escolheu o caminho da humildade. No Sermão da Montanha, Ele nos diz duas vezes para que sejamos humildes ao repetir “quando orardes” (Mateus 6: 5). Na verdade, a maior proteção contra o egoísmo e a autossuficiência é humildemente buscar a Deus em oração. As novas tecnologias das redes sociais, por meio das quais estamos constantemente na frente dos outros, falando sobre nós como quem se exibe, podem levar a um tipo de idolatria que nos consome. A oração honesta pode nos manter com os pés no chão e nos ajudar a evitar essa tentação.

 

Homens, a necessidade de pastores desafiar homens para a batalha interior, a riqueza de uma vida interna comprometida com Deus, não é nada novo. Escutemos as palavras de São João Paulo II diante de estudantes universitários em 1962, quando era Arcebispo de Cracóvia:

 

"Estamos prontos para tomar, ou conquistar, em termos de deleites, benefícios, lucro e sucesso — até mesmo na ordem moral. Em seguida, vem a questão de dar, e nesse momento voltamos para trás, porque não estamos preparados para dar. O elemento que é tão característico sob outras formas no retrato espiritual da mulher é quase imperceptível no homem… Nós temos uma tendência a uma atitude religiosa como a de Nicodemos, a uma espécie de devoção que se caracteriza quase que exclusivamente pela discrição superficial, mas muito seguida também pelo medo do que os outros possam pensar… Este catolicismo masculino não é interior nem suficientemente profundo; o crente masculino não tem uma autêntica vida interior… nós, os homens, não temos uma vida interior suficientemente profunda.”

 

O ser humano é uma criatura e, portanto, em relação a Deus um receptor de amor e coragem antes de que ele ou ela possa transmiti-lo aos outros. Nemo potest dare quod non habet é o famoso termo em latim criado pela Igreja sobre esta verdade fundamental; você não pode dar aquilo que você não tem. Maria, nossa mãe, a grande receptora do amor de Deus em seu próprio corpo é o modelo para nós, como católicos, mas não apenas Maria — todo grande santo, ou seja, grande amante tem sido um modelo na história de nossa Igreja. Não há um atalho para a santidade, para nos convertermos nos grandes homens católicos que somos chamados a ser. Não há nenhum atalho para além da ancestral batalha interior que cada um de nós deve travar!

 

Enquanto recebemos o amor e a misericórdia de Deus na oração e nos sacramentos, o Senhor nos dá armas seguras para esse “bom combate” de que São Paulo fala:

 

“Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares. Tomai, por tanto, a armadura de Deus, para que possais resistir nos dias maus e manter-vos inabaláveis no cumprimento do vosso dever. Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a palavra de Deus” (Efésios 6, 11-17).

 

Podemos estar tentados a dizer: “Quando eu deixar esta tríplice batalha para trás, então eu viverei uma vida de santidade”. Mas isso é uma mentira! É precisamente no decorrer desta luta que nos santificamos. Como disse o Beato Pier Giorgio Frassati: “Viver sem fé, sem um patrimônio para defender, sem uma luta constante pela verdade, isto não é viver, é existir”.[14] Estaremos você e eu apenas existindo? Ou estamos vivendo a nossa fé cristã como homens cheios de vida? Lembrem-se das famosas palavras do Papa Emérito Bento XVI: “Não fostes criados para a comodidade, mas para a grandeza”. Qualquer grandeza como homens cristãos depende desta luta pela santidade. É a mesma luta que Cristo lutou no deserto e a mesma luta que nossos pais lutaram para nos transmitir a fé. Ai de nós se não tomamos com coragem e gratidão as armas do Espírito, que nos são oferecidas gratuitamente, e lutarmos. O que precisamos é coragem, segurança e humilde confiança nos recursos infinitos de Deus. Avante! Firmes na brecha!

 

As práticas de um homem católico comprometido

 

Dadas estas reflexões sobre a masculinidade católica, passemos para a prática — Como viver como um homem católico? Que práticas podem nos ajudar a carregar nossa cruz e seguir o nosso Rei?

 

Vendo deste modo: os soldados não se mantêm fortes no corpo e na mente se não praticarem as artes essenciais de combate, caso contrário não estarão prontos para a batalha, e serão um perigo para eles mesmos e para os seus companheiros em armas. O mesmo é verdadeiro para os homens católicos: aqueles que não se preparam e fortalecem a si mesmos para o combate espiritual são incapazes de se manterem firmes na brecha por Cristo. Embora existam muitas práticas e devoções que um homem católico pode seguir, peço-lhes que perseverem nestas sete práticas básicas de maneira diária, semanal e mensal. Se essas práticas não são (ainda) parte da sua vida, comecem agora mesmo!

 

DIARIAMENTE

 

1. Rezem todos os dias. Todo homem Católica deve começar seu dia com a oração. Tem sido dito “até dar-se conta de que a oração é a coisa mais importante em sua vida, nunca terão tempo para orar”. Sem oração, um homem é como um soldado sem comida, água ou munição! Façam tempo ao iniciar cada manhã para falar com Deus. Orem as três orações essenciais da fé católica: o Pai Nosso, a Ave Maria e o Glória. Orem também em cada refeição. Antes que a comida ou bebida toquem seus lábios, façam o sinal da cruz e digam: “Abençoai-nos, Senhor” e, em seguida, terminem com o sinal da cruz. Façam isto, não importa onde estejam, ou com quem estejam. Nunca tenham vergonha ou timidez para rezar ao comer; não neguem a Cristo. Rezar como um homem católico antes de cada refeição é simples, mas uma maneira muito poderosa para se manter firme na brecha.

 

2. Examinar sua consciência antes de dormir. Dediquem alguns minutos para repassar o que fizeram durante o dia, pensem em suas bênçãos e pecados. Dêem graças a Deus por suas bênçãos e peçam perdão por seus pecados. Digam o Ato de Contrição.

 

3. Não deixem de ir à Missa. Embora ir à missa todas as semanas seja um preceito da Igreja, apenas 1 em cada 3 homens católicos vão à missa todas as semanas. Para um grande número de homens católicos, sua negligência em não ir à missa é um pecado grave, um pecado que os coloca em perigo mortal.

 

A missa é um refúgio no Combate Espiritual, em que os homens católicos se encontram com o seu Rei, escutam os seus mandamentos e são fortalecidos com o Pão da Vida. Cada missa é um milagre em que Jesus Cristo está totalmente presente, um milagre que é o ápice não só da semana, mas de nossa vida na Terra. Na missa um homem dá graças a Deus por suas muitas bênçãos e escuta Cristo a enviá-lo de volta ao mundo para construir o Reino de Deus. Aqueles pais que levam seus filhos à missa estão de maneira muito real garantindo a sua salvação eterna.

 

4. Leia a Bíblia. Como São Jerônimo nos diz claramente “A ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo”. Ao ler a palavra de Deus, Jesus está presente. Homens casados, leiam com sua esposa e filhos; se os filhos de um homem o veem ler as Escrituras, esse é um bom indício de que permanecerão fiéis na Fé, meus irmãos em Cristo, disso podem estar seguros: os homens que leem a Bíblia crescem em graça, sabedoria e paz.

 

5. Santificar as festas. Desde a criação de Adão e Eva, ao estabelecer um ciclo semanal terminando com o Sabat, o Senhor nos deu o domingo para assegurar tanto um dia para render graças a Deus como também para descansar e nos recuperarmos. Nos Dez Mandamentos, Deus dá uma nova importância ao Sabat. Com todo o choque comercial e o barulho causado pelos meios de comunicação, o domingo é o alento que Deus nos dá dessa tempestade. É como os homens católicos devem começar, ou aprofundar na santificação deste dia. Se são casados, devem assumir a liderança com suas esposas e filhos para que façam o mesmo. Dediquem o dia ao descanso, e a uma recreação autêntica; evitem todo trabalho desnecessário. Passem tempo em família, vão à Missa, e desfrutem o dom do dia.

 

MENSALMENTE

 

6. Confessem-se. No início do ministério público de Cristo, Jesus chamou todos os homens a se arrependerem. Sem arrependimento de nossos pecados, não pode haver nenhuma cura ou perdão; e não haverá Céu. Grandes quantidades de homens católicos estão em grave perigo mortal como consequência dos níveis epidêmicos de consumo de pornografia e do pecado da masturbação. Meus irmãos, confessem-se agora mesmo! Nosso Senhor Jesus Cristo é um Rei misericordioso que perdoará aqueles que humildemente confessam os seus pecados; não perdoará aqueles que se recusam. Abram suas almas ao dom de Sua misericórdia!

 

7. Construam fraternidade com outros homens católicos. A fraternidade católica tem um impacto dramático na vida dos homens. Homens que têm laços de fraternidade com outros homens católicos oram mais, vão à missa e à confissão com mais frequência, lêem mais as Escrituras e estão mais ativos na fé. Provérbios nos diz: “O ferro com o ferro se aguça; o homem aguça o homem”. Conclamo a cada um de nossos sacerdotes e diáconos a reunir os homens de suas paróquias e a começar a construir uma fraternidade católica vibrante e transformadora. Conclamo os homens leigos para formar pequenos grupos de companheirismo para apoio mútuo e crescimento na fé. Não há amigo, como um amigo em Cristo.

 

Segunda pergunta: Como ama um homem católico?

 

Consideremos agora o amor masculino. Isto não é fácil de fazer, porque a palavra amor quase perdeu o seu significado. É uma palavra que até mesmo os homens se sentem incomodados ao usar. Por quê? O que agora envolve a palavra amor? Apenas um sentimento? Algo que passa? Útil apenas para o mercado ou cartões de felicitação, mas nada mais?

 

Cristo deixou claro que no centro de sua missão está o amor. “Amai-vos como eu vos amei” (João 15:12) diz com paixão, mas sem sinais de sentimentalismo. Todos os ensinamentos de Nosso Senhor se reduzem a este mandamento. O amor, não é um assunto adicional, é a missão. E, no entanto, só podemos amar do modo como fomos criados e, portanto, só podemos amar como homens. Como os homens amam?

 

Durante décadas, um modelo de masculinidade foi criado no personagem fictício de um espião secreto inglês chamado James Bond. Vários atores fizeram turno representando este homem, em muitas aventuras, como uma proposta do que significa ser “masculino”. Mas James Bond continua sendo um enigma. Como as mulheres que usa em seus filmes, aqueles que o assistem se descobrem tentando conhecê-lo. Ele nunca é um pai, tampouco aceita nenhuma responsabilidade pelo amor de uma mulher. Nele vemos um homem cujas relações são superficiais e puramente utilitárias. Com efeito, “O personagem de James Bond personifica uma grande ironia. Tem 40 anos e não tem nenhum laço. Na verdade, é patético”.[15]

 

Quanto isto difere com Cristo? Há medo nele? Nem um pouco! Quem é mais homem, aquele que corre ou aquele que enfrenta suas responsabilidades e os desafios dos relacionamentos, da família e da intimidade? Pode um homem que teme entregar-se a si mesmo ser um autêntico discípulo de Cristo? Na verdade, pode um homem assim amar de verdade?

 

Pelo significado da palavra Bond no idioma inglês: laço ou atadura, o nome de James Bond é uma grande ironia. Trata-se de um homem sem nenhum laço ou vínculo sentimental. Mas o verdadeiro amor masculino sempre cria laços! Na Cruz e na Eucaristia, Jesus entrega seu próprio sangue para vincular-nos a Ele por amor. Na Última Ceia, oferece-Se na Eucaristia, a Sua oração ao Pai foi “para que sejam um, como nós” (João 17:11). Seu amor comprometido e aglutinador, como Ele diz, “atrairá todos os homens a Ele” (João 12:32). A palavra religião, em sua raiz latina, significa atadura. Não surpreendentemente, em uma cultura de laços quebrados, com tanto medo de compromisso, tantas vezes ouvimos “sou espiritual, mas não religioso”. Gostaria de lembrá-los que Satanás também é “espiritual, mas não religioso!”. Um homem de 40 anos sem um único laço de auto entrega em sua vida merece pena, não a nossa admiração.

 

Neste sentido devo mencionar isso que é conhecido como machismo. Um homem católico está acima dessa tendência. Qualquer demonstração de machismo busca segurança na imagem de dureza e falta de emoções. No entanto, trata-se de uma máscara muito fina cobrindo um medo interior aos verdadeiros vínculos com os outros, laços que venham da autenticidade destas relações; e que fazem a vida rica e significativa. Atrás dessa máscara, como qualquer pessoa madura pode ver, está um homem preso em um medo adolescente de vulnerabilidade. Em muitos casos, ele foi ferido e agora repete um ciclo aprendido na infância.

 

Em vez disso, o verdadeiro amor que Cristo demonstra está centrado em desejar o bem do outro, em esvaziar-se completamente na caridade para com os demais. Assim, Ele revela o amor do Pai: “Como o Pai me amou, também eu vos amei. Permanecei no meu amor. Este é o meu mandamento: Amai-vos como eu vos amei” (João 15: 9, 12). Em Cristo, vemos que o sacrifício está no coração do amor. Somente o homem que lutou a batalha interior do autodomínio contra a esterilidade, o homem que entrega a sua vida pelos outros, pode evitar a estagnação e a absorção em si mesmo. Nunca duvidem, este sacrifício vale a pena! Nosso Senhor nos encoraja dizendo “Não há maior amor do que dar a vida pelos seus amigos” (João 15:13).

 

Três amores masculinos: amigo, esposo, pai

 

1- Um amigo em Cristo — Irmãos em Cristo

 

No início do seu ministério na Terra, Jesus chamou outros homens para acompanhá-Lo. O que Ele estava nos ensinando? Vimos que Jesus chamou os seus discípulos para Ele de tal maneira que formaram profundos laços de amizade e fraternidade. Na Última Ceia, especificamente Ele disse: “Já não vos chamo servos, porque o servidor não sabe o que faz o seu senhor; eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai “(João 15:15). Esta amizade com Deus é possível, uma verdadeira irmandade com Jesus, porque temos o mesmo Pai. Vocês, meus filhos, têm verdadeiros irmãos em Cristo em suas vidas?

 

Através da história, incluindo a história do cristianismo, importantes movimentos têm sido iniciados por irmandades, por amigos em Cristo. Os pais da Igreja São Gregório e São Basílio foram grandes amigos e companheiros de trabalho na defesa de Cristo ao permanecerem firmes na verdade e vencerem as heresias que ameaçavam a Igreja. São Bento e seus companheiros monásticos estabeleceram comunidades de homens que preservaram e desenvolveram a cultura ocidental, ante a destruição bárbara. Essa grande muralha de proteção do que é verdadeiro, bom e belo foi forjada com uma constante e próspera vida cristã em fraternidade e amizade. São Francisco e São Domingos começaram irmandades ao serviço dos pobres e da defesa da verdade. Os fundadores da Companhia de Jesus, Santo Inácio e São Francisco Xavier, e outros, trouxeram um novo olhar sobre a Igreja e influenciaram inúmeros homens, chamados a evangelizar os mais distantes cantos do globo. No século XX, vemos a amizade entre C. S. Lewis e J.R.R. Tolkien e seus irmãos “Inklings” como um elemento essencial e indispensável para o crescimento no florescimento de seus próprios dons literários e apologéticos.

 

O que é amizade? Quem é nosso amigo? As Escrituras nos dizem: “O amigo ama em qualquer ocasião, e um irmão nasce para compartilhar a adversidade” (Provérbios 17:17). Estou convencido de que nas adversidades que enfrentamos hoje, se os homens procuram uma verdadeira irmandade trarão consigo irmãos em Cristo e serão aplaudidos no Céu! Por isso, perguntem-se os homens: Como são seus amigos? Têm amigos com quem partilhem a missão da santidade? E mais, no seminário os homens jovens descobrem a diferença que faz ter amizades centradas em Cristo, e suas vidas são transformadas. Estas amizades não estão limitadas às ordens religiosas e aos sacerdotes. Uma masculinidade renovada não será possível sem que os homens primeiro se unam como verdadeiros irmãos e amigos. Na minha própria vida, no meu primeiro ano como sacerdote, eu tenho sido grandemente abençoado por meus irmãos sacerdotes na fraternidade de Jesus Caritas. [16] Seu compromisso com a adoração eucarística e simplicidade de vida, sua fidelidade a Cristo no celibato e na oração diária, seu amor fraternal, sábios conselhos e encorajamento têm me influenciado e me inspirado muito para perseverar em minha própria missão em Cristo. Foi uma alegria ver como a fraternidade em nossa diocese cresceu e floresceu em esforços como a Conferência dos Homens, os Cavaleiros de Colombo, Este Homem és Tu (That Man is You no original), o Movimento de Cursilhos e outros grupos. Ainda há espaço para crescer, é claro, mas a partir de agora os frutos do Espírito são evidentes nestes irmãos e amigos católicos.

 

Da mesma forma, vimos o que acontece quando os homens, jovens e velhos, não se formam nem mantêm relacionamentos saudáveis. Muitos, procurando no lugar errado, encontram na falsa irmandade das gangues, ou sem qualquer tipo de fraternidade, isolados e sozinhos, perdendo assim estas experiências formativas tão críticas, sem ninguém para prestar contas e o companheirismo que apenas uma amizade verdadeira pode proporcionar.

 

Estudos têm mostrado que muitos homens hoje vivem uma vida sem amizades. Isto tem um efeito sobre os casamentos em que os homens não têm um suporte emocional além de suas esposas ou seus filhos; quem deveriam ver verdadeiros amigos nas vidas de seus pais, mas muitas vezes não é assim. Que bênção ter a presença de bons e leais amigos que fornecem o incentivo e o apoio responsável que precisamos para ser livres! Com efeito, como diz a Escritura: “Assim como o ferro aguça o ferro, o homem aguça o homem” (Provérbios 27:17).

 

2- O homem como um esposo — o propósito do amor erótico masculino

 

Na sequência, tentaremos compreender mais profundamente o chamado do homem ao amor esponsal. Todo homem é chamado a viver como esposo ou pai de alguma forma: “Deus dá a cada homem como tarefa a dignidade de cada mulher”. [17] Cada homem é chamado a se comprometer e a se entregar por completo. Para a maioria dos homens, este chamado é o matrimônio, enquanto para outros é o sacerdócio ou algum outro serviço sincero e de entrega total a Deus. Mas em nossos tempos, esse compromisso é frequentemente visto como escolher algo convencional e até mesmo chato; algo que limita a liberdade ou ameaça o amor. Nada poderia estar mais longe da verdade! Em vez disso, recordo-lhes as palavras de São Josemaría Escrivá: “Há uma necessidade de uma cruzada de virilidade e de pureza para neutralizar e anular o trabalho selvagem daqueles que pensam que o homem é uma besta. E essa cruzada é o seu trabalho”.[18]

 

A preparação para este dom sincero e completo coincide com o crescimento de um homem na masculinidade. Os “anos de solteirice” na vida de um homem jovem são treinando para isso, e não um tempo de espera passiva, muito menos para deliciar-se no pecado. “A juventude não foi feita para o prazer, mas para o heroísmo”, diz o grande dramaturgo católico francês Paul Claudel. Eu incentivo os homens jovens a se preparar para o casamento antes mesmo de saber quem será sua noiva. Esse treinamento em sacrifício consiste em amar a sua noiva antes de conhecê-la; para que um dia eles possam dizer “antes de te conhecer, eu já te era fiel”.

Pelo amor dos esposos, os homens experimentam um tipo de força que perdura, uma força que o mundo anseia, uma força que pode estabilizar uma sociedade cambaleante. É verdade que esse amor não está livre de períodos difíceis. Nenhuma vocação está! No entanto, com São Paulo “considero que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória futura que há de ser revelada em nós” (Romanos 8:18). Há glória no chamado de um homem a ser um esposo.

 

Quando o grande São João Paulo II falou de um “significado esponsal do corpo”, ele deixou implícito que todos os homens estávamos chamados de alguma forma para o amor de esposo.[19] Ou seja, um amor comprometido, um amor que dá a vida buscando o bem daqueles com quem o homem se comprometeu. Quando um homem é chamado a um amor de esposo no casamento e na vida familiar, no sacerdócio ou na consagração ao Senhor, esse homem é chamado a uma vida grandiosa e reveladora. De fato, se fugimos desta batalha por causa de seus desafios, nos tornaremos vazios. Aqueles que chegam para o julgamento de Deus, depois desta vida, sem as cicatrizes de esposo sacrificado, terão sua masculinidade em baixa estima quando comparados aos que lutaram conosco”.[20]

 

Deixem-me falar especificamente para os homens chamados ao amor conjugal no matrimônio. Este é um chamado para a dignidade e a beleza da união que simboliza o amor de Cristo como esposo pela Igreja. Paulo explica isso em suas instruções aos cônjuges, dizendo:

 

“Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo com a palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mácula, sem ruga, sem qualquer outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim os maridos devem amar as suas mulheres, como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. Certamente, ninguém jamais aborreceu a sua própria carne; ao contrário, cada qual a alimenta e a trata, como Cristo faz à sua Igreja — porque somos membros de seu corpo. Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois constituirão uma só carne (Gn 2,24). Este mistério é grande, quero dizer, com referência a Cristo e à Igreja”. (Ef 5,25-32).

 

O casamento em Cristo não é apenas uma atividade humana. É mais elevada; é um “grande mistério”. O desejo humano de amor é, em certo sentido, um desejo para o amor infinito e eterno. No sacramento do matrimônio o amor humano está aprisionado no amor infinito e eterno de Deus.[21] Homem, essa é a glória! Chamados para o matrimônio, vocês são chamados a ser Cristo para sua esposa. Porque este amor une sacramentalmente o infinito amor que Cristo tem por cada um, seu matrimônio sacramental supera os limites do matrimônio natural e alcança o infinito e eterno caráter a que aspira todo amor.

 

Aqui chegamos ao epicentro da batalha masculina em nossos tempos, o nexo entre a vida e o amor que é o dom de Deus da sexualidade. Não posso enfatizar o suficiente, meus filhos, a necessidade de desenvolver a castidade em sua vida.

 

Embora grande parte da nossa cultura não entenda completamente ou encoraje este compromisso e a grandeza do amor de esposos a que estamos chamados, de forma alguma devemos nos desencorajar. Pelo contrário, podemos considerar como somos abençoados ao ser chamados a proclamar esta verdade em um tempo em que muito ela se faz necessária. Ao fazer isso, vocês irradiarão a luz de Cristo em uma área de sociedade muito obscurecida por aquilo que sempre ameaçou o amor dos esposos. O nosso Catecismo os nomeia claramente. Trata-se da “discórdia, o espírito de domínio, a infidelidade, ciúmes e conflitos que podem se transformar em ódio e separação…, individualismo, egoísmo, a busca do auto prazer”.[22] Aqui poderíamos adicionar o uso da pornografia, sempre algo tóxico para os envolvidos e aqueles que observam, e a subcultura consumista chamada em inglês “cultura hookup” (que consiste em promiscuidade desenfreada, até mesmo com totais estranhos), a qual remove completamente os encontros sexuais de seu contexto de relação conjugal.

 

Como aconteceu que uma cultura tão determinada em seu apoio ao matrimônio e o noivado há duas gerações atrás tornou-se uma cultura que tem reduzido a sexualidade a um mero prazer para fins egoístas? A resposta reside na Revolução Sexual. Para muitos, a Revolução Sexual prometia “amor livre” e a liberdade dos grilhões de velhas ideias sobre masculinidade e feminilidade. Como resultado separou-se a sexualidade do compromisso do casamento, uma ampla aceitação da esterilidade (química ou cirúrgica), o que resultou em uma negação do que é essencialmente masculino e feminino na pessoa. Pior ainda, a Revolução Sexual conduziu ao flagelo do aborto, da pornografia, e abuso sexual tão desenfreados nas últimas décadas. Em vez de um amor verdadeiro e real, ofereceu prazeres baratos como uma tentativa de responder a uma profunda solidão e dor. Em vez de segurança dos laços familiares tradicionais, as crianças foram deixadas sem a estabilidade do amor de uma mãe e um pai. Ao invés de aceitar a verdade do desígnio de Deus para o amor humano entre homem e mulher, a Revolução Sexual se rebelou arrogantemente contra a natureza humana, a qual jamais estará em linha com a confusão e falta de autodomínio. Na verdade, o “amor” prometido pela Revolução Sexual nunca foi encontrado. O que houve foi destruição; muitíssimos corações partidos, atados ao medo de mais sofrimento, vidas, lares, sonhos desfeitos e ceticismo sobre a possibilidade de amor. Este é o fruto podre da Revolução Sexual.

 

A razão nos diz que, se o amor é o nosso mais profundo desejo e anseio, a destruição do amor nos causará a maior dor e as feridas mais profundas. Assim sendo, por onde começamos? Onde é que vamos começar a reconstruir? O que reparar em primeiro lugar?

 

Meus filhos e irmãos, devemos começar por nós mesmos.

 

Se eu voltar à analogia do atleta, vemos que nenhum campeão chega ao topo sem disciplina na prática e treinamento para exercer a grandeza em seu esporte. Ele tem que ser o mestre de si mesmo; tem que ter autodomínio. Para o homem chamado ao amor conjugal, este autodomínio encontra o seu ponto culminante na virtude da castidade. Precisamos ver castidade masculina pelo que ela é. Frequentemente esta virtude é vista em uma luz negativa, como algo débil. Isto não poderia estar mais longe da verdade. A castidade é força e uma rejeição à escravidão das paixões. Os cristãos sempre acreditaram que a castidade, no casamento e no celibato, é uma libertação da escravidão do pecado e de nossas paixões.

 

Para entender a castidade, devemos entender Deus: “Deus é amor e vive em Si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Criando à Sua imagem […] Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a vocação e, consequentemente, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão”.[23] O amor que vivemos como homens é uma participação e demonstração do amor de Deus. As mulheres, claro, como iguais em dignidade, também demonstram o amor de Deus. No entanto, elas o fazem de maneira diferente. Para ambos, homem e mulher, “a sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana, a unidade de seu corpo e de sua alma. Particularmente diz respeito a afetividade, a capacidade de amar e de procriar e, de maneira mais geral, à aptidão para o estabelecimento de vínculos de comunhão com os outros”.[24]Portanto, a virtude da castidade nos permite aperfeiçoar e viver adequadamente este chamado a ser homens de verdadeira comunhão. A virtude da castidade é a (…) integração bem-sucedida da sexualidade na pessoa e, por ela, na unidade interior do homem em seu ser corporal e espiritual. A sexualidade, no que expressa a pertença do homem ao mundo corporal e biológico, torna-se pessoal e verdadeiramente humana quando está integrada na relação de pessoa a pessoa, no dom recíproco total e temporalmente ilimitado do homem e da mulher. [25]

 

A castidade nos permite dominar e viver adequadamente esse chamado para sermos homens de autêntica comunhão.

 

Deixem-me lembrá-los aqui as palavras cruciais de Jesus dizendo: “quem olha para uma mulher desejando-a, já cometeu adultério com ela em seu coração” (Mateus 5:28). Essas palavras me levam a um chamado específico de atenção sobre esses atos (equivocadamente) considerados como “normais” e até mesmo encorajados pela cultura de hoje. Refiro-me à pornografia e à masturbação. Os efeitos nocivos desses hábitos ocultos e narcisistas treinam o homem de uma maneira que é exatamente oposta ao amor. Ele aprende a usar os outros. Em vez do amor vivificante e da auto entrega, contenta-se com prazeres egoístas e estéreis. Recordemos das palavras de Jesus:

 

“Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém, vos digo: todo aquele que lançar um olhar de cobiça para uma mulher, já adulterou com ela em seu coração. Se teu olho direito é para ti causa de queda, arranca-o e lança-o longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo todo seja lançado no inferno. E se tua mão direita é para ti causa de queda, corta-a e lança-a longe de ti, porque te é preferível perder-se um só dos teus membros, a que o teu corpo inteiro seja atirado no inferno. (Mateus 5, 27-30).

 

Aqui, Jesus profeticamente se antecipa à pornografia moderna que alimenta a luxúria dos olhos. Jesus usa palavras fortes, hipérboles, para que os homens arranquem os olhos e cortem sua mão, para deixar claro que é preciso agir com urgência. A pornografia não só coloca o homem em perigo do inferno, ela também destrói os laços com sua esposa assim como o adultério. Pensem na pornografia como não menos grave e tão séria quanto o adultério. Tentando amar outra pessoa enquanto se praticam esses atos narcisistas, sem serem transformados pela misericórdia, certamente isso implicará em graves danos.

 

Ao lutar contra as tentações pornográficas é importante considerar os fatores que cercam a tentação. Para a maioria dos homens estes incluem a solidão, o tédio, a raiva, a insegurança e o estresse. Apenas ao entender o contexto da tentação e convidar a Deus para que envie Sua graça começaremos a superar as táticas do diabo. O Sacramento da Confissão é o lugar de apoio e graça superabundante. Jesus disse: “Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus” (Mateus 5: 8). Esta não é apenas uma promessa a respeito do Céu! Esta promessa começa agora, em nossa vida diária. Os santos são testemunhas desta verdade. Ao viver a pureza do coração, vocês homens, não só verão Deus nas mulheres de sua vida, mas também em vocês mesmos “a imagem de Deus”. Até mesmo quando a escuridão parece insuperável, Cristo não nos abandona nunca. Como sacerdote, eu valorizo o encontro na confissão honesta com aqueles que querem a cura do Senhor. É uma bênção trabalhar com homens que querem mudar essa falsa tendência para o amor autêntico.

 

Imaginem comigo o quão diferente seria o mundo para as nossas esposas, irmãs e filhas se os homens vivessem essa força interior da castidade. Hoje em dia, ouvimos o alto índice de abuso sexual na sociedade, especialmente nos campi universitários. Não é este o momento para uma renovada castidade masculina? Não é este o momento para que os homens produzam a virtude da temperança através do jejum e da oração entre irmãos? Não é esta a hora de considerar com maior profundidade a proclamação de São João Paulo II “Deus dá a cada homem a tarefa da dignidade de cada mulher”.

 

A castidade masculina é “um trabalho que dura a vida inteira”[26] que nos daria orgulho empreender”. Imaginem-se estar diante do trono de Deus no dia do juízo. Os grandes santos do passado, que lidaram com o pecado à sua própria maneira, talvez dissessem um ao outro: “Nós lidamos com as dificuldades da luxúria em nossos tempos, mas esses homens são do século XXI. Estes poucos tiveram a dita de combater a besta muito de perto!” Não só isso, teremos a alegria de ajudar os homens em torno de nós a buscar o autodomínio, que é o melhor a ser feito entre irmãos. Encorajo vocês a pôr de lado seus medos e inseguranças que os impedem de levarem adiante a luta pela castidade. Cristo quer ajudar a formar os homens de acordo com o Seu próprio coração em cada confessionário da Igreja, em cada Missa, onde o poder de Seu Sangue derramado na Cruz é oferecido na Santa Comunhão.

 

A paternidade é essencial

 

Agora tomemos a questão vital da paternidade. A paternidade muda a história. No Evangelho de Mateus, quando “Abraão gerou Isaac; Isaac, pai de Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos”, quarenta e dois (42) pais nos levaram a José, o pai adotivo de Jesus. Nas palavras de São João Paulo II, a paternidade é essencial para o florescimento do mundo:

 

“Revelando e revivendo na terra a mesma paternidade de Deus (Efésios 3:15), o homem é chamado a garantir o desenvolvimento harmonioso e unitário de todos os membros da família. Realizará esta tarefa através de uma generosa responsabilidade pela vida concebida junto ao coração da mãe, um compromisso educativo mais solícito e compartilhado com a própria esposa (Gaudium et Spes, 52), um trabalho que nunca desintegra a família, com a educação, mas promove em sua unidade e estabilidade, um testemunho de vida cristã adulta, que introduza mais eficazmente os filhos na experiência viva de Cristo e da Igreja.” [27] [28]

 

Todos os homens são chamados à paternidade de alguma forma:

 

Tornar-se pai e mãe significa plenamente realizar-se, porque é tornar-se semelhante a Deus. Isto não é dito nos jornais, não aparece, mas é a verdade do amor. Tornar-se papai e mamãe nos torna muito mais semelhantes a Deus. Como pais, vós estais chamados a recordar a todos os batizados que cada um, embora de formas diferentes, está chamado a ser pai ou mãe.[28]

 

Como a própria masculinidade, talvez a paternidade não tenha sido objeto de reflexão para os filósofos, porque sempre se presumia que seu significado era óbvio. Mas, não. Em seu livro, Cruzando o Limiar da Esperança, João Paulo II escreveu: “Esta é a chave para interpretar a realidade… portanto, o pecado original tenta abolir a paternidade”.[29] O grande Papa diz aqui que quando examinamos o primeiro ato de desobediência de nossos pais — que custou a eles e a nós a perda de nossa inocência e a liberdade original da morte corporal — encontramos uma rebelião básica contra a paternidade de Deus, um desejo de eliminar a própria paternidade. Isto está no centro do plano do inimigo, eliminar o nosso apoio em Deus Pai benevolente. Para conseguir isso, a principal estratégia de Satanás é eliminar a paternidade humana, em que cada um de nós vê as primeiras luzes do que é a paternidade de Deus.

 

O ataque à paternidade que vemos hoje, e também à maternidade, é multifacetado e impressionantemente prejudicial. Hoje 41% das crianças nascem fora do casamento, um aumento de 700% desde 1950, quando a taxa de nascimentos fora do casamento era de apenas 6%. Estas crianças ficaram sem pais não por causa de algum conflito desastroso, como a Segunda Guerra Mundial, o que definitivamente causou muitas feridas de orfandade. Pior ainda, trata-se de ausência voluntária do próprio pai em uma escala maciça. A criança deve perguntar: “Onde está meu papai?” Qual é o impacto sobre o coração de uma criança, em sua compreensão do mundo, do amor, e do Pai Celestial, quando a resposta a essa pergunta é: “Ele nos deixou”, ou, “Eu não sei”, ou ainda, “Foi um doador em um banco de esperma, e foi assim como sua vida começou, e então, não deixou nenhum endereço”?

 

Os homens católicos também contribuem muito com esse mesmo escândalo, devastador para o coração de uma criança; e isso faz com que muitas mulheres neste mundo vivam como se fossem viúvas! O coração de uma criança sem pai chora para o Céu: “não despreza a oração do órfão, nem os gemidos da viúva. … O Senhor não tardará e não terá paciência com os ímpios, para quebrar o poderio dos impiedosos e dar seu merecido às nações” (Eclesiástico 35: 14, 18). Por que viúvas e órfãos expõem suas queixas? Eles perderam seus protetores e provedores! Há um vazio não natural no lugar daquele que foi chamado por Deus “para assegurar o desenvolvimento unido e harmonioso dos membros da família”.[30] É por causa desta perda, desta lacuna, que sempre temos de forma natural e tradicional, lamentada a falta de pais.

 

No entanto, na cultura de hoje, há aqueles que não querem ver a falta de pais como algo lamentável ou não natural. Não se deixem enganar por essas vozes que querem apagar as distinções entre mães e pais, ignorando a complementaridade que é inerente à própria criação. Homens, sua presença e missão na família é insubstituível; despertem e com amor retomem o seu lugar, dado por Deus, como protetores, provedores e líderes espirituais de seu lar. O papel de um pai como chefe espiritual da família nunca deve ser entendido ou tomado como um domínio, mas, sim, como uma liderança amorosa e orientação carinhosa daqueles sob seus cuidados. Sua paternidade, minha paternidade, à sua maneira escondida e humilde, reflete de maneira imperfeita, mas segura, a Paternidade de Deus Pai para aqueles que Deus nos deu para ser seus pais.

 

O que significa ser “pai”? Papa Francisco, em uma reflexão sobre a paternidade disse: “Quando um homem não tem esse desejo (pela paternidade), algo está faltando neste homem, algo aconteceu. Todos nós, para sermos plenos, para sermos maduros, precisamos sentir a alegria da paternidade: até mesmo nós, celibatários. A paternidade é dar vida aos demais, dar a vida, dar a vida”.[31] É por isso que a paternidade — viver a vocação da paternidade, seja uma paternidade unida pelo matrimônio físico ou espiritual, no sacerdócio ou na vida religiosa — é essencial para que um homem viva a plenitude de sua existência na vida. Falamos dos Padres da Igreja, os Padres do Deserto; falamos ao Papa Francisco o Santo Padre, e por boas razões chamamos nossos sacerdotes de “Padre”.

 

Para viver plenamente, todo homem deve ser um pai! Meus irmãos, não podemos “ser como Deus”, e permanecer sem esta compreensão, sem este movimento do coração, seguido por uma ação decisiva. Se vocês não abraçam a vocação esponsal e paterna que Deus planejou para você, estarão presos na impotência da “semente” que se recusa a morrer, que se recusa a dar a vida. Não se conformem com uma vida pela metade! Sejam pais. A pergunta para um homem não é “Eu sou chamado a ser pai?”, mas, sim, “Que tipo de pai sou chamado a ser?

 

Avôs, vocês são de grande importância

 

Quero dizer algumas palavras para vocês que são avôs. O mundo lhes diz que seu momento para influenciar terminou e é hora de se aposentar, ou seja, renunciar a seu posto de paternidade. Não acreditem nisso. Pouquíssimas culturas têm esperado tão pouco e mostrado ouvidos tão surdos para aqueles que lutaram e agora têm sabedoria para oferecer aos seus filhos e netos. Não acreditem nisso. Os avôs são muito importantes.

 

Tenho o privilégio de levar o nome de meus avôs, Thomas Tighe Olmsted e P. James Hughes. Além de meu pai, cada um dos meus avôs foi um pai para mim. Meu avô Jim tirou forças de sua fé católica para enfrentar com dignidade e esperança a morte prematura de sua esposa, minha avó, que morreu de câncer. Sem cair em desespero ou auto piedade, ele lutou com todas as suas forças para manter unida uma família de seis, e para prover seus filhos. Destes, a mais jovem era minha mãe. Tudo isso aconteceu durante o tempo difícil do que mais tarde se tornou conhecido como a Grande Depressão. As memórias que mais valorizo de meu avô Jim são o seu espírito pacífico, seu humor irlandês e sua sincera devoção à Igreja. Meu avô Tom teve um impacto maior sobre a minha vida, apesar de que nunca foi batizado. Ao lado dele, aprendi a cuidar das nogueiras, cuidar de melancias e abóboras, cavalos e gado, galinhas e porcos. Dentro de todas as atividades necessárias para sobreviver na granja, aprendi com meu avô Tom e meu pai a importância de sermos bons vizinhos, de dizer a verdade, não importa o quanto custe, e ter um profundo respeito pela mãe natureza. Quando fui ordenado sacerdote, eu escolhi uma frase bíblica para os convites de minha primeira Missa, a qual capturou tudo o que eu aprendi com o meu avô. É do profeta Miquéias (6: 8), “Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus”.

 

Avôs, vocês são um dom essencial e precioso para suas famílias, e eu os encorajo a continuar sendo fortes, a partilhar sua visão, e a lutar por eles. Lembrem-se do avô terreno de Jesus, São Joaquim, que viveu uma fiel vida a Deus. Em seus anos avançados Deus Pai abençoou Joaquim e sua esposa, Santa Ana, com o grande presente de Maria, nossa Mãe Santíssima. Que cada avô lembre que mesmo quando a rotina diária pareça insignificante, não conhecemos os grandes planos que Deus tem para os últimos dias de nossas vidas.

 

Esperança nas sombras da paternidade perdida

 

E agora eu gostaria de dirigir algumas palavras para aqueles de vocês, meus filhos, que sofreram em suas próprias vidas a ausência de um pai. Há muitas razões por que os homens deixem seu posto, ou mesmo, permanecendo nele, estão distantes; e uma delas é a falta de uma experiência positiva de paternidade em suas próprias vidas. A Igreja sempre está chamada a revelar Deus Pai. Essa ferida em seu coração pode ser que ainda não esteja fechada. Certamente, a ausência de um pai nunca é o plano de Deus. Mas não desanimem e não percam a esperança. Permitam que Cristo lhes mostre o Pai que nunca abandona Seus filhos, mas que até mesmo ofereceu o Seu próprio Filho amado. Se vocês ainda não tiverem feito isso, Cristo os guiará para ver seu pai como Ele o vê. Ele não os deixará sem a graça necessária para perdoar e curar o seu pai. Isso poderia acontecer em conjunto com as graças oferecidas por seus pais espirituais, seus sacerdotes no Sacramento da Reconciliação. Ao descobrir a paternidade de Deus, nosso amoroso Pai Eterno, serão testemunhas do único pai que nunca falha.[32]

 

Finalmente, quero oferecer uma palavra especial para aqueles homens que sabem que falharam em sua paternidade, que, em certo grau, somos cada um de nós. Isso pode acontecer por dependência, abandono, conflitos conjugais, desprendimento emocional e espiritual, incapacidade de orientar a família na fé, aborto, abuso físico ou emocional ou infinitas maneiras nas quais obscurecemos a imagem de Deus, o Pai amoroso. Eu me apresento diante de vocês como um pai imperfeito que pede a Deus Pai que preencha os espaços deixados vazios na missão masculina maior de todas. É muito importante identificar a tática do inimigo para trazer o desespero para que abandonemos nossa paternidade por completo por nossos pecados. Meus filhos, nunca desistam! Rezem e sejam renovados no sacramento da Reconciliação. Cristo nos fortalece na Confissão e na Eucaristia para dedicarmos a reconstruir a paternidade da maneira que seja possível.

 

Conclusão: Enviados por Cristo

 

O melhor amigo de São Gregório de Nissa era São Basílio. Quando eles eram jovens em seus vinte anos, sua busca pessoal em direção a uma compreensão mais profunda da fé cristã os levou a Constantinopla por caminhos separados. Logo eles desenvolveram um profundo respeito mútuo que Gregório descreveu da seguinte maneira: “Se isto não é muito para eu dizer, fugimos à regra e ao modelo de cada um através do qual aprendemos a distinção do que é certo e do que não é.”[33] Sua amizade inspirou cada um a crescer em virtude e liberdade, menos preocupação para com eles mesmos e mais dispostos a colocar suas vidas no serviço aos outros. Espero que cada homem ao ler esta exortação experimente, se ainda não tiver feito isso, a bênção de bons amigos como estes santos. Não posso imaginar o que seria da minha vida sem os bons amigos que Deus me deu.

 

Espero também que tomem o que é útil nesta mensagem, levem consigo diante do Senhor em oração; e sigam adiante confiantes em sua vocação masculina. A nossa vida em Cristo não é uma vida de “o que fazer” e “o que não fazer”; é sim uma aventura na verdadeira liberdade. Abracem essa liberdade para colocar suas vidas a serviço de Cristo, começando em seu lar e irradiando-a para o mundo.

 

Onde está a fé de nossos pais hoje?

 

Enquanto escrevo esta exortação, tornaram-se públicos uma série de vídeos que documentam as práticas bárbaras da venda de partes de corpos de bebês pela Planned Parenthood. Como esta agência infame recebe a cada ano cerca de meio milhão de dólares do governo dos EUA, para continuar sua matança aos inocentes, nenhum cidadão americano, e, certamente, nenhum de nós homens podemos permanecer calados diante desta deformação de nossos tempos. Temos que parar de ficar à margem, temos que nos levantar e ir em frente em defesa da vida. Precisamos de fé como a de nossos pais que defenderam os filhos das gerações passadas, e que deram a sua própria vida antes do que abandonar sua fé em Cristo. Meus filhos e irmãos, homens da Diocese de Phoenix! Precisamos nos manter firmes na brecha!

 

Os mártires católicos da Inglaterra inspiraram a Frederick W. Faber a escrever o hino “A Fé de Nossos Pais” em 1849. Assim como Faber prestou homenagem aos homens que se recusaram a negar Cristo “apesar de calabouços, fogo e espada”, ele também fez uma chamada às armas para os homens das gerações seguintes. Unam-se a mim em oração para que também nós, homens do século XXI, façamos nossas as palavras deste verso:

 

“Nossos pais, acorrentados em prisões de escuridão,

Estavam ainda em coração e consciência livres

Quão doce seria o destino de seus filhos

Se eles, como eles, pudessem morrer por Ti

Fé de nossos pais, santa fé!

Seremos fiéis a ti até a morte”.

 

Promulgado na Festa dos Arcanjos, 29 de setembro de 2015.

 

+ Thomas J. Olmsted

Bispo de Phoenix

 

Fonte: https://intothebreach.org

 

Notas:

 

[1] Centro para a Investigação Aplicada no Apostolado. http://cara.georgetown.edu/caraservices/requestedchurchstats.html.

 

[2] Dados sobre a “Crise de Homem” católico. http//www.newemangelization.com/man-crisis/the-catholic-man-crisis-factsheet/

 

[3] Papa São João Paulo II, La Iglesia en América, 3, 5.

 

[4] Entrevista de 19 de setembro de 2013.

 

[5] Claro que há exceções a esta regra. Sabemos de exceções como resultado de defeitos genéticos ou desenvolvimento hormonal insuficiente. Por exemplo, na Síndrome de Turner em meninas e a Síndrome de Insensibilidade Androgênica em crianças causam situações muito dolorosas na vida desses jovens homens e mulheres e suas famílias. Rezo para que pesquisadores católicos, médicos e psicólogos estejam à frente do estudo desses fenômenos, provendo aconselhamento ético, cuidado e apoio a estes indivíduos e suas famílias. Todos estes dados científicos descobertos pela ciência contribuem para o conhecimento da complementaridade sinfônica entre homem e mulher, algo em que acertamos em ponderar e que nos alegramos ao encontrar a beleza dessa diferença.

 

[6] Homilia, 14 de junho, 2015.

 

[7] Vaticano II, “Gaudium et Spes”, 36.

 

[8] Audiência Geral, 15 de abril, 2015.

 

[9] João 12:27, Marcos 22:15.

 

[10] Missa de Abertura, 22 de outubro, 1978.

 

[11] Fevereiro de 2015.

 

[12] “Gaudium et spes”, 22.

 

[13] “Laudato Si”, 204.

 

[14] http://frassatiusa.org/eight-day

 

[15] Dr. Paul Vitz, conversa de 21 de fevereiro, 2015.

 

[16] Ver o Apêndice para una descrição e o chamado a formar estes grupos de homens leigos.

 

[17] Papa São João Paulo II, Catequese sobre o amor humano, 100:6.

 

[18] San Josemaría Escrivá, Caminho.

 

[19] Papa São João Paulo II, Catequese sobre o amor humano, 14:5.

 

[20] Shakespeare, Enrique V, Ato IV, Cena 4.

 

[21] “Gaudium et spes”, 48.

 

[22] Catecismo da Igreja Católica, 1606.

 

[23] Catecismo da Igreja Católica, 2331.

 

[24] Catecismo da Igreja Católica, 2332

 

[25] Catecismo da Igreja Católica, 2337.

 

[26] Catecismo da Igreja Católica, 2342.

 

[27] Papa São João Paulo II, Familiaris Consortio, 25.

 

[28] Papa Francisco, Discurso de 14 de junho, 2015.

 

[29] Papa São João Paulo II, Cruzando o limiar da esperança, Nova York, NY, Knopf, 1994, 228.

 

[30] “Familiaris Consortio”, 25

 

[31] Homilia de 26 de junho, 2013.

 

[32] Adaptado de Evangelium Vitae, 99.

 

[33] “Sobre São Basílio o Grande”, Oratoria Funeraria (Los Padres de la Iglesia, Vol. 22), 27[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

 

Traduzido por: Pedro Miranda

Domingo, 05 Mai 2019 09:56

Firmes na Brecha

Conheça esta belíssima Exortação Apostólica, destinada especialmente aos homens católicos, escrita pelo Bispo da Diocese de Phoenix, Thomas J. Olmsted.

"Busquei entre eles um homem capaz de construir um muro e capaz de pôr-se na brecha diante de mim em prol da nação…”  (Ezequiel 22, 30)

Uma chamada para a Batalha

Inicio esta carta com uma chamada forte e clara para vocês, meus filhos e irmãos em Cristo: homens católicos, não hesitem em entrar na batalha que se trava em torno de vocês, a batalha que está ferindo nossas crianças e famílias, a batalha que está distorcendo a dignidade de homens e mulheres. Esta batalha é muitas vezes oculta, mas a batalha é real. Esta batalha é principalmente espiritual, mas está progressivamente matando o que resta do caráter cristão de nossa sociedade e cultura e, até mesmo, dos nossos próprios lares... CONTINUE LENDO...

Quinta, 30 Março 2017 05:51

Cultura da Morte: Linha do Tempo resumida

Clique na imagem abaixo e acesse o PDF completo. Aproveite os links:

No dia 29 de novembro, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu julgamento de Habeas Corpus impetrado por cinco presos por crime de aborto, previsto pelo Artigos 126 e 288 do Código Penal, que tipificam os crimes de aborto provocado e formação de quadrilha.

 

O Ministro Marco Aurélio, relator do pedido de Habeas Corpus, proferiu parecer no sentido de que não haveria necessidade de prisão preventiva, uma vez que os réus eram primários e não demonstraram intenção de obstruir o processo. No entanto, o Ministro Luís Roberto Barroso pediu vista e emitiu voto-vista, concluindo pelo deferimento do pedido de Habeas Corpus, adicionando à conclusão do voto do relator sua tese de que a Constituição Federal não recepcionaria os Artigos 124 a 126 do Código Penal, no caso em que o feto estivesse em gestação por menos de três meses.

 

Cabe esclarecer que os julgados comuns, como é o caso do Habeas Corpus, não geram efeito vinculante e não são obrigatórios para todos, mas apenas para as partes daquele processo. No entanto, verifica-se que o voto-vista aproveitou decisão sobre a não-prisão preventiva para fazer ativismo pró-aborto, num momento em que se está discutindo a permissão para realização de aborto em casos de Zica.

 

Os únicos argumentos utilizados pelo ministro para estabelecer o terceiro mês como base para o encerramento da vida intrauterina do nascituro foram (i) a viabilidade fora do útero, colocada em seu voto de forma genérica, sem fontes e embasamento clínico-científico, e (ii) o de que países desenvolvidos não tratam a interrupção voluntária da gravidez como crime até o terceiro mês de gestação. No entanto, copiar legislação de outros países anacronicamente e sem consideração dos fatores culturais e sociais é prática que denota falta de maturidade jurídica, considerada prejudicial à democracia por querer alavancar um suposto desenvolvimento à revelia da sociedade.

 

O Artigo 196 da Constituição Federal diz que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

 

Alguns dos réus mantinham clínica clandestina de aborto, não submetida a nenhum controle sanitário e de procedimentos, fazendo cobranças por seus serviços à margem do ordenamento tributário e submetendo as mulheres a altos riscos de saúde. E tiveram o mesmo tratamento dado à gestante que em momento de desespero se submeteu a todos esses riscos, provavelmente sem saber de todos eles.

 

A Primeira Turma que seguiu o voto-vista utilizou essa frágil situação para tomar posicionamento sobre matéria que está sendo discutida pelo Congresso Nacional, extrapolando o princípio da divisão dos Poderes, pilar do nosso Estado Democrático de Direito. A Constituição Federal, em seu Artigo 227, determina que “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

 

Entendemos que a motivação da decisão do STF proferida ontem, ainda que não gere jurisprudência sobre o assunto, fere os direitos do nascituro e não dá prioridade à vida deste frente aos direitos da mulher. Entendemos e defendemos as mulheres em todos os seus direitos. Justamente por isso, não podemos permitir que elas sejam submetidas ao engano, ainda mais vindo por meio de entes estatais.

 

A dúvida do ministro sobre a recepção dos referidos artigos do Código Penal está sendo tirada pelo Congresso Nacional, por meio da reforma do Código Penal, a qual está sendo amplamente debatida com a sociedade.

A tese de que o direito à vida do nascituro é variável conforme o estágio gestacional não encontra respaldo na medicina, uma vez que o desenvolvimento intrauterino varia de pessoa para pessoa, assim como ocorre na vida extra-uterina. Utilizar-se de dúvidas para embasar decisões jurídicas que incorram na eliminação de embriões humanos mostra pouca cautela em decisões que dependeriam de muita ponderação e motivação exaustivamente fundamentada acerca das consequências sociais das sinalizações de decisão dadas por nossos magistrados.

 

Também a tese da proporcionalidade não considera que se está comparando objetos distintos: a vida do nascituro versus o bem-estar da mulher, sem considerar todos os fatores envolvidos na interrupção voluntária de uma gravidez, sem pensar na situação em que a gestante se encontra, muitas vezes pressionada a abortar por pessoas que ela ama. Também ignora o fato de que os homens são afetados por decisões tomadas pelas mulheres num momento de desespero das quais eles sequer tiveram a oportunidade de participar.

 

Ademais, por não encontrar respaldo na nossa legislação atual, que garante a inviolabilidade do direito à vida (CF Art. 5º), a motivação dada pela primeira turma demonstra intenção de promover inovação legislativa por parte do poder judiciário, o que pode ser enquadrado no Art. 49, XI, da nossa Carta Magna, que estabelece que cabe ao Congresso Nacional zelar pela preservação da sua competência legislativa. Assim, a mera criação de uma comissão especial para analisar a legislação sobre aborto no país não basta, é necessária a aprovação do PL 4754/2016, que “Tipifica crime de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal a usurpação de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo.”

 

Pelo exposto, a motivação dada à decisão sobre o HABEAS CORPUS 124.306 RIO DE JANEIRO é digna de repúdio, por ferir o respeito ao direito à vida do nascituro e a preservação da dignidade e saúde da mulher, facilitando que os profissionais da clínica clandestina de aborto continuem a explorar mulheres em situação de vulnerabilidade, respondendo em liberdade por crime tipificado.

 

FONTE: brasilsemaborto.org

Terça, 11 Outubro 2016 13:27

Para entender a Cultura da Morte

Se você clicou neste link é porque está querendo saber mais sobre um monte de fatos, detalhes e pessoas que parecem ter mudado a direção da história da humanidade. E é verdade! Eles mudaram mesmo.

Convidamos você a estudar o assunto. Comece pelos links abaixo, seguindo o "roteiro" proposto. E depois? Junte-se a nós! Precisamos com urgência: denunciar a Cultura da Morte e seus erros, e viver e difundir a Cultura da Vida! Cada vida humana é preciosa e espera por você!

 

Assista estes vídeos e
aprofunde nos arquivos associados: 

 

1. POLÍTICA DEMOGRÁFICA E PLANEJAMENTO FAMILIAR (1950-1970)

 

2. DESENVOLVIMENTO DAS POLÍTICAS DE DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS (1970-1990)

 

3. INTERNACIONALIZAÇÃO DA POLÍTICA DE DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS

 

4. ESTATÍSTICAS SOBRE O ABORTO

 

5. A FAMÍLIA NO PENSAMENTO MARXISTA

 

7. ORIGEM DO CONCEITO DE GÊNERO

 

8. POLÍTICA DE ABORTO E REDUÇÃO DE DANOS

 

9. ORIGEM DA IDEOLOGIA DE GÊNERO

 

10. EXISTE UMA CULTURA DA MORTE EM DESENVOLVIMENTO

 

Quarta, 17 Agosto 2016 04:49

Sobre a masculinidade cristã (1 de 3)

Apresentamos o resumo e breves comentários sobre a Exortação Apostólica “Firmes em la Brecha”, a respeito da masculinidade cristã, do Bispo de Phoenix, Arizona, Dom Thomas J. Olmsted

Artigo de: Paulo Jacobina*

Publicado originalmente em: https://pt.zenit.org/articles/sobre-a-masculinidade-crista-1-de-3/

Li com muita atenção e alegria a exortação apostólica “Firmes em la Brecha”, do bispo Thomas J. Olmsted, da Diocese de Phoenix, sobre a masculinidade, para os homens católicos. É uma carta interessantíssima e oportuna. Pode ser encontrada em inglês aqui, e em espanhol aqui [e em português aqui]. Vale a pena fazer um pequeno resumo, para aqueles que não dominam o inglês ou o espanhol, ou mesmo para os que não tiverem tempo para ler a íntegra do texto – que não é grande, tem cerca de 32 páginas. Desejo, então, numa série de pequenos textos (dos quais este é o primeiro), abordar esta Carta.

A partir da constatação das defecções de tantos católicos, que têm abandonado a vida eclesial para transformar-se em “nones”, ou seja, pessoas sem religião definida (“nenhum”, ou “ninguém”, seria a palavra em inglês, que provoca um duplo sentido intraduzível para o português – vale dizer, ao declarar-se “none”, alguém empobrece a própria identidade pessoal), ele lamenta os efeitos destas defecções para a presente geração, bem como para as futuras gerações de homens, já que elas não terão nenhum referencial masculino cristão no qual espelharem sua própria caminhada. O bispo convoca, então, os homens católicos a permanecerem “firmes na brecha” (citando Ezequiel 22, 30) dos muros da vida cristã.

A carta é muito interessante na medida que pretende ser, a um só tempo, um encorajamento, um desafio e um chamado à missão para os homens de sua diocese. Ele pretende, então, propor aos homens cristãos três perguntas:

1 – O que significa ser um homem católico?

2 – Como ama um homem católico?

3 – Por que a paternidade, adequadamente compreendida, é tão crucial para qualquer homem?

Antes, no entanto, de encaminhar respostas a estas perguntas tão importantes, o Bispo propõe a meditação sobre três importantes contextos que, no seu entendimento, são cruciais para compreender tais respostas.

 

O primeiro Contexto.

O primeiro contexto é o da chamada “nova evangelização”. Relembrando a chamada “Grande Comissão” de Jesus para a evangelização (“Ide pelo mundo e evangelizai”, Mt 28, 16-20), que nos deixou com o grande dever de anunciar a boa nova por todos os meios disponíveis (pregação, ensinamento, testemunho frutuoso e fiel da vida familiar, o celibato pelo Reino, os meios e outras artes colocadas a serviço do Evangelho), a Carta reconhece que nossa cultura contemporânea ainda está permeada por alguns grandes valores evangélicos e grecorromanos, que ainda cimentam a nossa vida comum – cita a “justiça”, a ‘igualdade”, a “virtude”, a “dignidade humana”, a “compaixão”, os “dez mandamentos”, a “regra de ouro”, o “hospital” e a “universidade”, todos frutos de uma civilização que recebeu e pôs em prática o Evangelho. Mas, diz ele, há cupins trabalhando sobre estas fundações. Não há, no entanto, resposta ao declínio cultural fora de Jesus, que “faz novas todas as coisas”. Assim, uma vez que Nosso Senhor prometeu que estará sempre conosco, chama-nos a permanecer confiantes, propor a nova evangelização enquanto permanecemos “firmes na brecha”.

 

O Segundo Contexto.

O segundo contexto é a visão, proposta por Francisco, da Igreja como “hospital de campanha”, ou seja, como lugar de acolhimento aos feridos pela guerra ao pecado. Esta é a proposta de Francisco: Curar a nós mesmos e aos demais, que levam em si as feridas da Queda. Feridas físicas e espirituais, como o vício da pornografia, as drogas, o álcool, a comida, os matrimônios destruídos, pais ausentes, vidas familiares problemáticas. “Como é inútil perguntar a um ferido se tem o colesterol ou o açúcar altos. Deve-se curar suas feridas!” (disse o Papa Francisco numa entrevista cuja íntegra está aqui). A esta proposta de ver a Igreja como “hospital de campanha” o Bispo de Phoenix acrescenta a sua própria visão da Igreja como “Escola de Combate”, na qual aprendemos a nos revestir da “armadura de Deus” para resistir às insídias do Demônio (Efésios 6, 11). E propõe que experimentemos, como homens cristãos, a alegria de sermos enviados para combater com Cristo.

 

O Terceiro Contexto.

O terceiro contexto proposto é o de ver homens e mulheres como pessoas complementares, e não rivais. Muito oportuna esta proposta, num mundo que escolheu implementar a luta entre os sexos (ou entre os “gêneros”, como alguns gostam de dizer) como próximo passo no caminho de uma suposta “libertação humana”. Ele propõe, então, que a complementariedade da masculinidade e feminilidade são a chave para a maneira pela qual os seres humanos são imagem de Deus. Reconhecer os seres humanos como distintos e complementares é, portanto, honrar este dado essencial da criação e do plano de Deus para nós. Após mostrar os avanços científicos no sentido de estabelecer, inclusive, diferenças biológicas e hormonais entre homens e mulheres (exceptuadas, como confirmações à regra, as situações eventualmente patológicas), ele denuncia a “ideologia de gênero” (aquela ideologia que tem como objetivo desalojar as diferenças sexuais criadas por Deus, removendo o “masculino” e o “feminino” como meio normativo para compreender a pessoa humana, e, no seu lugar, colocar várias outras “categorias de sexualidade

Abro um parêntese para sublinhar a importância dessa discussão, inclusive terminológica, sobre a substituição da noção de “sexo” pela noção altamente ideologizada de “gênero”. Recentemente, numa discussão no meu trabalho a respeito da pertinência da expressão “violência de gênero” como rótulo para a violência familiar, eu escrevi o seguinte: “Sempre defendi que violência de gênero, como aprendi, só ocorria quando alguém deixava de fazer uma boa concordância sintática entre o sujeito e o predicado. Ela tinha, então, três facetas: a violência de gênero, de número e de grau. Nestes casos, o erro sintático que violentava o gênero merecia uma anotação em vermelho e um grande desconto na nota da prova de português. Não se confundia, porém, com sexo. Os seres vivos tinham sexo, as palavras tinham gênero. Por exemplo, a palavra “onça”, de gênero gramatical feminino, podia perfeitamente designar eventualmente um animal de sexo masculino. A confusão, no caso, entre ontologia e gramática não parece colaborar com a clareza, mas com a ideologização da discussão.” Combatamos com todo o nosso fervor a violência sexual, doméstica, familiar, de opressão, enfim, tudo isto é deplorável. Mas certas categorias, como o gênero e sua carga de indefinição semântica não facilitam o debate, simplesmente criam uma suspeição irrespondível sobre todos os indivíduos de sexo masculino. E até contra os de sexo feminino que ousarem não admitir simplesmente a pauta dos ideólogos de gênero”.

 

A Ideologia de “Gênero” e a masculinidade cristã.

Ainda sob este terceiro contexto, a Carta exorta os cristãos a “abraçar mais profundamente a beleza e a riqueza da diferença sexual e defendê-la contra as falsas ideologias”, citando uma fala do Papa Francisco numa recente alocução catequética das quartas-feiras (15 de abril de 2015), em que o amado Papa trata de diferença e complementariedade entre os sexos. A Carta destaca o seguinte trecho da fala do Papa, cuja íntegra pode ser encontrada aqui:

Pergunto-me se a chamada teoria do gender não é também expressão de uma frustração e resignação, que visa cancelar a diferença sexual porque já não sabe confrontar-se com ela. Sim, corremos o risco de dar um passo atrás. Com efeito, a remoção da diferença é o problema, não a solução. Ao contrário, para resolver as suas problemáticas de relação, o homem e a mulher devem falar mais entre si, ouvir-se e conhecer-se mais, amar-se mais. Devem tratar-se com respeito e cooperar com amizade.”

Muito bem proposto, muito bem abordado o tema, pelo Bispo James Olmsted. Talvez a identidade masculina seja a bola da vez, na luta cultural contemporânea. Oportuno tratar mais profundamente sobre ela. Precisamos sempre nos lembrar de que “virilidade” tem a mesma raiz que “virtude”, e não que “apetite”, “inclinação”, “libido” ou “tendência”. É o caráter, e não simplesmente o eventual desejo, que define um homem de verdade.

Nos próximos textos trataremos das perguntas que a Carta propõe, e das respostas que encaminha.

Leia a continuação em:

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*Paulo Jacobina é professor, membro do Ministério Público Federal e membro da Comissão Arquidiocesana de Bioética e Defesa da Vida, da Arquidiocese de Brasília

 

O Bispo-auxiliar de Brasília, Dom Marcony e o coordenador da Comissão de Bioética da Arquidiocese, Padre João Baptista, apresentam de maneira acessível e objetiva - e até divertida - ensinamentos da Igreja sobre o matrimônio e sexualidade.

Parte 2.

Evento realizado pela Pastoral Familiar da Arquidiocese de Brasília, em 21 de junho de 2016.

O Bispo-auxiliar de Brasília, Dom Marcony e o coordenador da Comissão de Bioética da Arquidiocese, Padre João Baptista, apresentam de maneira acessível e objetiva - e até divertida - ensinamentos da Igreja sobre o matrimônio e sexualidade.

Parte 1.

Evento realizado pela Pastoral Familiar da Arquidiocese de Brasília, em 21 de junho de 2016.

Terça, 17 Mai 2016 20:37

A Economia do Sexo

Por que as mulheres têm enfrentado cada vez mais dificuldades para encontrar homens dispostos a relacionamentos sérios? Por que há cada vez menos casamentos? Por que está aumentando a idade com que as pessoas se casam? 

 

A animação realizada pelo Instituto Austin de pesquisas acadêmicas em questões de família e cultura reflete sobre o tema.

 

O vídeo traz alguns dos principais argumentos a respeito da economia sexual apresentados por cientistas sociais, incluindo Roy Baumeister, Kathleen Vohs, Timothy Reichert, Mark Regnerus, e George Akerlof.

 

 

Segunda, 14 Março 2016 09:35

Microcefalia e aborto

Debate realizado na TV Justiça sobre a Microcefalia. Com a participação de Paulo Jacobina, Procurador Regional da República.

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